A implementação de políticas educacionais de qualidade sempre serão uma das estratégias mais eficazes na superação de problemas crônicos da sociedade brasileira.
Trabalhar as relações étnico-raciais nas etapas de ensino é uma medida fundamental para incluir, contemplar e valorizar a contribuição dos povos negros e indígenas além da cultura europeia nas mais variadas áreas do conhecimento.
A Associação Nova Escola aborda que a necessidade de reflexão sobre o currículo e os objetivos pedagógicos da escola é uma das atribuições de um diretor escolar – só assim é possível fomentar um ensino antirracista que busque romper com esse problema histórico e estrutural.
De acordo com o antropólogo Kabengele Munanga, professor da Universidade de São Paulo (USP), “Só a própria educação é capaz de desconstruir os monstros que criou e construir novos indivíduos que valorizem e convivam com as diferenças.”
Essa temática é tão importante que o Brasil instituiu em 2003 a Lei nº 10.639 que tornou obrigatório o ensino da Cultura e História Afro-Brasileira e Africana nas escolas de todo país.
No entanto, mesmo diante de uma série de avanços no combate ao racismo estrutural, como por exemplo a Lei nº 10.639, ainda se observa uma taxa de analfabetismo entre pretos e pardos duas vezes maior que a dos brancos, sem falar sobre a grande evasão escolar presente também entre os pretos e pardos.
Em 2022, o IBGE analisou que entre as pessoas pretas e pardas com 15 anos ou mais de idade, 7,4% eram analfabetas, mais que o dobro da taxa encontrada entre as pessoas brancas (3,4%).
E na população de 18 a 24 anos, 36,7% das pessoas brancas estavam estudando, enquanto entre pretos e pardos a taxa foi de 26,2%. Entre os brancos, nesse grupo etário que frequentavam escola, 29,2% cursavam graduação, ante 15,3% das pessoas de cor preta ou parda. Além disso, 70,9% dos pretos e pardos nessa idade não estudavam nem tinham concluído o nível superior, enquanto entre os brancos este percentual foi de 57,3%.
No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos foi de 9,3%, enquanto entre pretos ou pardos ela chegava a 23,3%. Fonte: Estatísticas Sociais – IBGE 2022
Por ser tão evidente a desigualdade na educação torna-se indispensável a ampliação das discussões e de ações práticas por meio da educação efetivamente antirracista nas escolas do que apenas inserir conteúdos nos currículos.
A Associação Nova Escola no âmbito da parceria com o Instituto Max Fabiani e a rede municipal de ensino de Maracaju-MS, elaborou um E-book de Educação Antirracista na prática, que reúne experiências práticas de como os professores podem trabalhar a Educação Antirracista na Educação Infantil aos Anos Finais do Ensino Fundamental.
É um material de excelente qualidade feito de professor para professor. Vale muito a pena conferir e compartilhar com a rede.